quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Montpellier, Dubrovnik, Reykjavík


Na tela da parede, os teus olhos não paravam de se reflectir. Como se de um sonho se tratasse.
Eu vinha de Montpellier, ao abrigo de uma baía mediterrânea para onde tinha fugido do vento islandês. E Dubrovnik estalou-me repentinamente no ermo dos ouvidos.
O seu grito lembrou-me os teus olhos morosos, molhosos.
E, claro, choveu! Choveu tanto.
Quando deixei de querer estar perdido no cair do dia, ao erguer da sombra húmida junto aos tufos de vegetação, era já muito tarde, muito noite.
Voltei ao caminho.
O musgo à beira da estrada era um aglomerado de olhos, dos Teus, bem frescos.
Outra vez os teus olhos... Como na parede, como no chão, na mesa ou no restaurante mas ... mas como, como se comesse os teus...
Olha! Se eu os comesse mesmo?

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