sexta-feira, 30 de maio de 2008

A ÁGUA

Gota de água. orvalho incandescente
Cai. rola lentamente
Pelas encostas da tua face

De espelho nos olhos
vejo-te
Cara a cara
no rastro que a lágrima tem

Pista de azedume
num breve slalom de alegria
a água queima-te o rosto

Cascata epidérmica
pupila irrisória
Íris de pupila: papoila-púbis
Catarata de risos

Queda de beijos

3 comentários:

musqueteira disse...

meu querido amigo... é como eu vou ficar na Serra da minha nova aldeia até à próxima exposição: de cabelos despentiados entre as novas cores e os uivos dos lobos que o vento teimará por vezes rondar a minha pequena casa de pedra que me servirá de atelier1;)

llima disse...

Foi a serra de Monchique, a mais alta do Algarve, que me fez ver estas mulheres-ovelha. Seres surpreendentes, como sereias, que ondulavam nos seus caracóis próprios como se ondas de um mar fossem. Uma tonalidade múltipla, uma alcateia de tonalidades ia-lhes na voz. Foi ao cair da tarde... Era Verão e a tranquilidade das altaneiras serranias revigorante, como nas escaladas de Zaratustra contadas por Nietzsche :)

Bandida disse...

de nós próprios. matilha em guarda.